São informações por vezes desconexas, por outras, de difícil compreensão pelo concorrente. Além disso, parece uma tentativa de dificultar a compreensão do aluno do assunto a ser cobrado. São nomenclaturas nada técnicas, sinônimos esdrúxulos e até mesmo invenção de novas palavras para o “informatiquês” comum, numa verdadeira verborreia sem lógica ou finalidade prática.
É uma pena que os elaboradores de editais não consigam perceber que o objetivo de uma seleção NÃO é reprovar, mas sim, selecionar aquele que melhor desempenho técnico, psicológico e conceitual obtiver no meio de tantos outros candidatos.
Vejo, na verdade, um empenho dos organizadores em dificultar ao máximo a compreensão dos itens a estudar, como se isso fosse filtrar ou peneirar apenas os “melhores”. É um equívoco sem tamanho. Isso, para não citarmos outras questões como, por exemplo, a disparidade entre a quantidade de assuntos descritos no edital, mas que “pseudamente” serão cobrados na prova.
Meus alunos do concurso da SEPLAG 2011 de Salvador-BA que o digam. Foram, ao todo, doze assuntos descritos no edital, mas, de forma arbitrária e ilógica, só quatro questões seriam cobradas. Para piorar, dos assuntos listados, só dois foram, de fato, cobrados.
Não entendo para quê tanto absurdo. Se forem apenas quatro questões, que se coloquem quatro assuntos. Percebam que os alunos de concurso são pessoas que buscam uma melhor vida para seus entes e não podem e nem devem ser tratados como ignorantes ou até mesmo como crianças que fazemos brincadeiras de esconde-esconde.
São pessoas que investem, às vezes, todas suas economias para poderem estudar e alcançar o tão almejado sonho. Mas, de contrapartida, são tratadas com desdém e desrespeito. São enganadas e levadas ao extremo por pessoas que não tem a sensibilidade de se colocar no lugar daqueles que precisam estudar no ônibus enquanto vão ao trabalho ou escola, ou ainda que “viram” madrugadas para aprender coisas que sequer lhes serão cobradas em prova.
Esses editais desrespeitam o princípio da moralidade e tornam cada vez mais os concursos uma fábrica de ilusões. Pois, quantos cursos surgiram em salvador e nas demais cidades do Brasil, em que o intuito é apenas o lucro? São pessoas inescrupulosas que não pensam naqueles que se esforçam para pagar as mensalidades. São cursos que oferecem seis aulas num programa que exige no mínimo dez ou doze. E para piorar criam, inventam, mentem e fabricam “índices de aprovação” fantasiosos, falsos, absurdos e impossíveis de existir. Tudo isso, para iludir aqueles mais desavisados.
Fora iso, alerto ainda para um novo disfarce usado por tais escolas. São os chamados “professores show”. São muitas vezes falsos mestres, que fazem de tudo para agradar os alunos, desde gritos, saltos, luzes brilhando em sala de aula, auto engrandecimento, marketing próprio exacerbado, e auto intitulação de melhor de Salvador, ou da Bahia, ou ainda do Brasil. São pessoas que atraem os sorrisos, os olhares, a admiração, e têm um carisma impressionante. Mas, tais coisas só denotam um verdadeiro “siri na lata”, pois fazem muito barulho, mas na hora da prova o aluno fica perdido, o assunto não foi dado porque as brincadeiras tomaram o tempo dos assuntos e o aluno perde todo seu esforço.
Por fim, alerto ainda, para as escolas que forçam os colegas professores a produzirem módulos e materiais cada vez mais condensados e menores, além de letras minúsculas a fim de conseguirem aumentar ainda mais o seu lucro. Por diversas vezes colegas, e até mesmo eu, já fomos convidados a reduzir nosso material para aumentar o lucro de escolas. Contudo, sempre nos negamos, pois, todos aqueles que levam a sério o ensino e a preparação dos alunos para uma prova de concurso, sabem que tudo o que preparamos e criamos a fim de facilitar o aprendizado, sempre pode ser melhorado e destrinchado para facilitar a compreensão dos alunos. Porém, esse nível de detalhamento gera um maior número de páginas e isso contraria a maioria das instituições.
Assim, como um desabafo, alerto a todos que verifiquem a idoneidade da banca examinadora, a seriedade da escola onde pretende se matricular, bem como de seus professores, o material oferecido e o que o mercado fala sobre aquela instituição.
Espero ter trazido luz sobre a compreensão dos meus queridos alunos.
Prof. Alex Kuhim
